26.6.05

A amiga feia

Como diz o Dinay, em todos os grupos de amigas há sempre a "amiga feia". É a mais velha, a gorda, a feia e é aquela que leva o carro.
Depois de uma noite destas, percebi finalmente que só me falta mesmo o exame de condução para o estatuto ser oficial.

18.6.05

outro dia 18

Deixo para ti o que nunca te dei. Dei. Mas nunca te fiz sentir o que dava. Deixo-te toda a minha confiança, toda a minha paz. Que nunca te mostrei, mas que sabias (eu sei que sim!) que te estava prometida.
Um ano depois, sei que não houve outro dia tão triste, outro dia em que me fizesses tanta falta. Sei que não houve outro dia em que me custasse tanto aguentar tudo. O Sol, o vento, os choros. Fazes a falta do básico. Eras tão básica à minha volta. Fazias parte das pedras, parte dos meus ossos, de tudo o que fui até àquele dia. E às vezes eras má. Fazias de mamã. Como se tivesses o direito! (e tinhas, tinhas todo!). As vezes que me irritaste com o feitio provocador, o olhar de quem põe e dispõe das coisas como quer e lhe apetece.
E é por me teres feito sentir revolta e amor que me fazes tanta falta.
É por isso que um ano depois não estás enterrada em mim.

1.6.05

Patrícia.Gerberas.Pátricinha.Meu doce.

Porque é que se dá os sentimentos aos familiares quando uma pessoa morre?

Ninguém percebe que sentimentos têm eles de sobra..?
Que expressão infeliz.

Em Setembro de 2004, num fim de tarde qualquer, quando cantámos. Patrícia.

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim
Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será que você está
Agora?

Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será que você está
Agora?


Adriana Calcanhoto - Metade (1994)


Os mortos não lêem blogs. Digo eu. Mas o blog é meu e eu escrevo o que quiser..