28.12.05

"Lisboa 4 ever"

Lisboa tem o Camões
Pessoa sentado a fumar
Lagartos e Lampiões
Na 2ª Circular
Tem a Ginjinha ao balcão
A Sé para nos guardar
E só para a confusão
Peixinhos da horta e do mar
(...)
Tem gente de todo o lado
Gente que traz, dá e leva
Um negrinho que gosta de fado
Pintou na parede «Saudade 4 ever»
(...)
Lisboa que é minha terra
Tem um banco de jardim
E o Tejo correu de desejo
Contigo juntinho de mim.

João Monge/João Gil

23.12.05

Love Should

Um feliz Natal a todos.

thanks god, for all you did not give us.

16.12.05

Se perguntarem por mim, digam que fui dormir.

Quando o olho direito começa a ficar apanhadinho e parece haver uma bolha prestes a explodir no cérebro, acho que há qualquer coisa que não está bem.
Acordada há 3 dias.
Estou quase quase a criar um fotolog.
E a ter um caniche.
E entretanto comexuh a xkeverih axinhe.

Oh, IST!

15.12.05

Intoxicação 9

é bom quando, debaixo da mesa, os pés se perdem dos chinelos.

"Companhia das 3 da manhã" ou "A altura em que comecei a ouvir Rita Lee tornou-me psicótica"

Desculpe o auê

Desculpe o auê
Eu não queria magoar você
Foi ciúme, sim
Fiz greve de fome, guerrrilhas, motim
Perdi a cabeça
Esqueça..

Da próxima vez eu me mando
Que se dane meu jeito inseguro
Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar os anéis de Saturno

14.12.05

Intoxicação 8

A música que estou a ouvir é estranha.
Mas às 6 da manhã, tudo é estranho.
Há café? É que o Sol está quase a chegar.

13.12.05

Reflexão

E troco os dias pelas noites sem o medo (simpático, infantil e razoável) de perder a luz de vista. 'Nem a todos os que vagueiam lhes falta o rumo.' E nem a mim, que não o tenho, tive ou estou perto de ter.

E estou há quase três meses em casa. De início, pensei estar a mentir a mim mesma. "Como é que me posso sentir em casa se estou aqui há tão pouco tempo?". Mas não. Continuo na busca incessante de mim. Continuo na busca incessante de que me olhem. Que olhem com olhos de "porquê". (E eu a escrever isto, eu que sempre abominei ler sobre isto!). Faço-me difícil àquilo que não conheço, e muito mais, àquilo que me toca e assusta. É a minha natureza. Mas sou branda de orgulho e reconheço aquilo que me faz bem. E isto faz-me bem.
É muito complicado explicar aquilo que nos leva a manter um blog. Muito mais, será explicar o porquê de manter um blog durante 2 anos. Impossível, quase, de explicar o porquê de uma escrita tão pessoal e intimista, tão aberta ou fechada como a minha, a que se tem acesso público. Não é a necessidade de exposição, haveria métodos melhores e mais eficazes. Penso que seja um vício.
Parece-me bem então, que seja apenas ao fim de dois anos e tal, que escrevo aqui, o primeiro post em que sou só eu. É provável que seja aquele que ninguém lê. É tão provável que seja o que ninguém lê como é tão pouco provável que me olhem com olhos de ver. É muito melhor ler coisas metaforizadas. É muito melhor tentar encontrar um sentido em qualquer coisa abstracta. É muito melhor imaginar a Vera, sem encontrar explicações lógicas para aquilo que criei. É muito melhor admirar a Vera e admitir até que ela possa existir, do que admitir que existe alguém tão bom ou tão mau para a criar. É mais fácil, admitir a existência que não se entende do que aquela que se conhece.
Bem cedo, bem mais acima - as desistências. Mas nunca escrevi para ninguém ler. Mentira. A cegueira e perda de sentido levam-nos a desencontros connosco próprios e algumas vezes pensei que alguém tomava atenção àquilo que dizia. Mas somos todos tão egoístas que só ouvimos aquilo que dizemos; e muito mais, quando o negamos.

(Shhhh..sou uma diletante, uma amante e uma inconsistente.)

Oh-quero-lá-saber.

10.12.05

O bom dentro do péssimo (II)

Se até ontem havia alguma dúvida sobre quem devia ser vendido em Dezembro, Liedson desfez todos os equívocos.

8.12.05

heartbeats

One night to be confused
One night to speed up truth
We had a promise made
Four hands and then away
Both under influence we had divine scent
To know what to say
Mind is a razorblade
To call for hands of above to lean on
Wouldn't be good enough for me
One night of magic rush
The start: a simple touch
One night to push and scream
And then relief
Ten days of perfect tunes
The colours red and blue
We had a promise made
We were in love
And you, you knew the hand of a devil
And you kept us awake with wolves teeth
Sharing different heartbeats in one night

jose gonzalez - heartbeats

desiderata

"caminha placidamente por entre o ruído e a pressa, e lembra-te da paz que existe no silêncio. tenta, na medida do possível, estar de bem com todos. exprime a tua verdade com tranquilidade e clareza. escuta quem te rodeia, inclusive as pessoas desinteressantes e incultas; também elas têm uma história para contar. evita gente conflituosa e agressiva, que tanto mal faz ao espírito. se te comparares com os outros, poderás tornar-te amargo ou arrogante, pois haverá sempre alguém melhor e pior do que tu. regozija-te com as tuas conquistas e os teus projectos. mantém vivo o interesse pela tua carreira, por mais humilde que seja; é um verdadeiro bem nesta época de constante mudança. sê prudente nos teus negócios - o mundo está cheio de armadilhas. mas não feches os olhos à virtude que existe em teu redor, nem às pessoas que defendem os seus ideais e lutam por valores mais altos - a vida está cheia de heroísmo. sê tu próprio. acima de tudo, não sejas falso, nem cínico em relação ao amor que, face a tanta aridez e desencanto, se mantám perene como uma haste de erva. aceita com serenidade a passagem do tempo, sabendo deixar graciosamente para trás as coisas da juventude. cultiva a frça de espírito, para te protegeres de azares inesperados. mas não te atormentes a imaginar o pior. muitos medos nascem do cansaço e da solidão. mantém uma autodisciplina saudável, mas sê benevolente contigo mesmo. és um filho do Universo, como as árvores e as estrelas; tens todo o direito ao teu lugar no mundo. poderá não ser claro para ti, mas a verdade é que o Universo está a evoluir como previsto. é importante, assim, que estejas em paz com Deus, seja qual for a tua concepção d'Ele, e em paz com a tua alma, sejam quais forem os teus anseios e aspirações no ruidoso tumulto da vida. apesar de todos os enganos, dificuldades e desilusões, vivemos num mundo bonito. alegra-te. luta pela tua felicidade."

Max Ehrmann

7.12.05

Conheci uma menina (XII)

Saímos de casa sempre cedo, de manhã. Somos a única coisa a brilhar nesta rua.
Somos sozinhas. Esperámos pelo autocarro, como sempre. E como sempre, empalidecemos ao frio claro.
O teu casaco de tweed verde e o meu gorro cor-de-rosa davam nas vistas. Entramos para o calor que, agora cedo, ainda nao cheira a gente.
Chegamos não sei onde, a não sei que horas. Bebemos, a Vera e eu, um chocolate quente duma máquina de moedas. Importa pouco, o sítio onde estamos, porque não vejo mais nada.
Damos as mãos desenluvadas e andamos durante aquilo que me parecem 1 ou 2 horas.
Para quem passa, levo uma filha pela mão.
Para quem, como eu, olha para trás, é só uma miragem..

(E sigo pela Rua do Norte. Não faço ideia de para onde é o Norte, mas este é um sítio que importa. É bom.)